Uns com os outros, os seres humanos, em sua esmagadora maioria, são bem
pouco amistosos. Cruzam-se diariamente pelas ruas ignorando-se mutuamente.
Enfrentam-se durante horas a fio em infindáveis filas para as mais variadas
finalidades sem nem ao menos trocar um olhar. Encontram-se no elevador do
edifício em que moram ou trabalham e mal e mal murmuram entre si algumas
sílabas acerca das condições meteorológicas.
Se fossem mais civilizados sem dúvida observariam com mais atenção a
Natureza e, por exemplo, imitariam os cães que, numa inequívoca demonstração de
elevada sociabilidade, sempre que se encontram, mesmo pela primeira vez,
cheiram, uns aos outros, o rabo.
(em “Crônicas
Anacrônicas – Grotesca Filosofia Mediocridade Sublime" (inédito))
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