Ao Sr. Carlos D. de Andrade
Círculo Primeiro – Limbo – Ala Luminosa
Prezado Poeta,
Lendo o livro de sua autoria, Amor Natural, deparei-me com o
poema: “Quando desejos outros é que falam”.
Terminada a leitura senti forte desejo de lhe falar. É por
isso que lhe escrevo.
Claro que há quem aprecie. Às vezes até bastante. Quanto a
isso não tenho preconceito. Conforme as circunstâncias até aceito.
E suas palavras, poeta, são tão inspiradoras: Ocultas
melodias ovidianas! Dúlcida paragem!
É lindo. É belo, belíssimo. Mas tem uma coisa, bravo vate,
depende de quem é o buraco. Depende de quem é que entra com o apito.
Porque uma coisa é certa: pimenta no rabo dos outros é
refresco.
Quando o referido membro longo, digamos a título de
ilustração, 160 milímetros, calibre 38, e duro, bem duro, despetaladas as
pétalas do ânus, vai penetrando, mesmo bem lubrificado e lentamente, avançando
e recuando pela via estreita, como o senhor tão poeticamente introduz, creia-me
caro trovador, dói pra cacete.
Por mais que o fiofó esteja calejado. Por mais que a rosca
esteja espanada.
Sei, não de ouvir dizer, mas por experiência própria e senti
vontade de lhe testemunhar.
Por ora é só.
Atenciosamente,
Sua fã incondicional,
Maria do Perpétuo Socorro.