por que querer perpetuar o cerne
do ser acima da podridão da carne
conforma de vez com o passar ligeiro
vive alheio entorpecido por inteiro
pesados dias passados fiquem sem forra
engole grato rango ralo à base de borra
à noite sono com açoite de dia vem a dívida
o certo acerto de contas sem deixar dúvida
engano pretender felicidade à força
melhor solitário em lugar de otário
todavia gozo maior não há que gozar junto
porém essência perene ausência de bom assunto
triunfo mundano passageiro trunfo
ficção de valor vale menos que arroto
enquanto o tempo escorre pro esgoto
destino o dia de corpo duro e carne fria
embora preferível mau hálito que sem hálito
e sentir medo serve pra exercitar os pelos
mesmo no fausto uma hora se fica exausto
aí se cai no abandono entrega pra novo dono