Jacinto Pinto, há pouco finalmente declarado fora do armário, iminente
incorruptível crítico literário, também conhecido pelo codinome de rei do jabá
das letras, em conversa reservada com Saulo Chinchila, famosíssimo ficcionista romancista
de renomado nome, conhecido internacionalmente em todo o mundo, assíduo
frequentador do jet set e
consequentemente da mídia oral visual e tátil, numa tertúlia intelectual em
benefício dos pobres vítimas da riqueza dos ricos, sob o patrocínio do Fundo da
Cultura Banco Pedra Preta e da rede de Hipermercados Pão Doce Extra Gado desabafava:
— A literatura está perdida, meu caro Saulo. Virou prostituta e o mercado
é seu gigolô. Onde estão os verdadeiros artesãos da palavra? Escritor virou
garoto-propaganda de editora. Tem um monte de picaretas escrevendo só asneiras.
E pior, vendendo adoidado. Onde as verdadeiras obras? Agora, tudo tem que estar
dentro do esquema de marketing. E é
tudo puro lixo... mas deixemos essas coisas chatas de lado e falemos de coisas
mais agradáveis. E você? Como vai seu último livro?
— Vendendo adoidado!
(em “Crônicas Anacrônicas – Grotesca Filosofia
Mediocridade Sublime - inédito)
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