sábado, 27 de setembro de 2014

LITERATURA PÓS-MODERNA

Jacinto Pinto, há pouco finalmente declarado fora do armário, iminente incorruptível crítico literário, também conhecido pelo codinome de rei do jabá das letras, em conversa reservada com Saulo Chinchila, famosíssimo ficcionista romancista de renomado nome, conhecido internacionalmente em todo o mundo, assíduo frequentador do jet set e consequentemente da mídia oral visual e tátil, numa tertúlia intelectual em benefício dos pobres vítimas da riqueza dos ricos, sob o patrocínio do Fundo da Cultura Banco Pedra Preta e da rede de Hipermercados Pão Doce Extra Gado desabafava:
— A literatura está perdida, meu caro Saulo. Virou prostituta e o mercado é seu gigolô. Onde estão os verdadeiros artesãos da palavra? Escritor virou garoto-propaganda de editora. Tem um monte de picaretas escrevendo só asneiras. E pior, vendendo adoidado. Onde as verdadeiras obras? Agora, tudo tem que estar dentro do esquema de marketing. E é tudo puro lixo... mas deixemos essas coisas chatas de lado e falemos de coisas mais agradáveis. E você? Como vai seu último livro?
— Vendendo adoidado!


(em “Crônicas Anacrônicas – Grotesca Filosofia Mediocridade Sublime - inédito)

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