domingo, 29 de abril de 2018

Pesadelo

a noite a planície erma em negro manto envolve
não há lugar no céu de chumbo para luar nem brilho de estrela
cavalga vulto diáfano à frente de denso rastro de poeira
segue em direção dos agudos gritos
que pelos ares ecoam lancinantes
desesperados pedidos de clemência insistentes
— misericórdia misericórdia misericórdia
mais adiante seu cavalgar o vulto estanca
empina-se ainda repetidas vezes apeia-se depois da sela e
sem hesitação salta na escuridão do abismo infinito
cessam os gritos
silêncio

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