As palavras que
nós falamos moram todas dentro da nossa boca. Quanto mais usamos uma palavra
mais forte ela fica. Se usamos pouco ou não usamos uma palavra ela vai ficando
fraca e pode até morrer.
Foi o que aconteceu com um menino que nunca pedia, por favor, as coisas
que ele queria nem agradecia com, obrigado, quando alguém fazia algum favor
para ele. Por isso todo mundo dizia que ele era mal-educado. O Por Favor e o Obrigado
do menino por que não eram usados foram ficando cada vez mais e mais fraquinhos.
Uma noite quando o menino dormia de
boca aberta o seu Por Favor e o seu Obrigado saíram lá de dentro e começaram a
chorar em cima do travesseiro.
O Anjo Azul, que sempre ficava por
ali para proteger o menino, viu o Por Favor e o Obrigado chorando em cima do
travesseiro e perguntou:
— O que acontece com vocês que estão
tristes deste jeito?
— Ah! Anjo Azul — disse o Por Favor
— este menino nunca usa nem a mim que sou o Por Favor nem ao meu amigo aqui o
Obrigado, por isso nós estamos fraquinhos deste jeito acho até que nós vamos
morrer. É por isso que nós estamos chorando de tristeza.
— É sim, confirmou o Obrigado.
— Hum... vou dar uma ideia para
vocês, disse o Anjo Azul. Toda vez que o menino deixar de falar você, Por Favor e, você Obrigado,
vocês dão um pequeno beliscão na língua dele. Aí ele vai abrir a boca de susto
e vocês podem sair. Quanto mais vocês saírem mais fortes vão ficar até o dia
que conseguirão sair normalmente sem precisar dar nenhum beliscão.
O Anjo Azul continuou por ali
tomando conta do menino e o Por favor e o Obrigado entraram lá pra dentro da
boca do menino que continuava dormindo, mas que ia acordar não ia demorar muito
porque já estava amanhecendo.
De manhã, o menino levantou da cama logo cedo e foi tomar café com leite
e comer pão com manteiga, antes de ir para a escola. Chegou à cozinha e disse
para sua mãe como sempre fazia:
— Quero meu café com leite e meu pão com manteiga... — nisso ele sentiu
um beliscão na língua, abriu a boca e
completou — por favor.
A mãe ficou espantada com aquilo, mas não disse nada. Quando ela serviu o
pão e o café, o menino sentiu outro beliscão da língua, abriu de novo a boca e,
para novo espanto da mãe, lá de dentro saiu:
— Obrigado, mãe.
A mãe comentou com o pai o que tinha acontecido e os dois ficaram muito
contentes com o comportamento educado do filho.
Naquele dia na escola, com os professores, os amigos, os funcionários não
foi diferente. Toda vez que o menino precisava de alguma coisa, sentia um
beliscão na língua, abria a boca e de lá vinha o Por Favor e depois o Obrigado.
No dia seguinte foi igual e dali para frente o Por Favor e o Obrigado do
menino foram ficando cada vez mais fortes, por que eram sempre usados, até que
chegou o dia que não precisaram mais beliscar a língua do menino para sair.
Eles saíam normalmente sem nenhum esforço.
E todos passaram a admirar o menino que deixou de ser considerado mal-educado e passou a ser um exemplo de menino bem-educado.
http://www.asabeca.com.br/detalhes.php?sid=29032015151549&prod=6201&friurl=_-54-HISTORIAS-QUE-MINHA-AVO-CONTAVA-NA-KOMBI-_&kb=1073#.VYaqcPlVikq
Nenhum comentário:
Postar um comentário