domingo, 4 de agosto de 2024

constrito em meu canto desfio meu canto 

suas idas e vindas suas voltas em ritmo frouxo 

melodia abafadiça desarmonia 

meu devaneio 


se me fosse dado sabê-lo sintonizado 

nem que fosse a ouvidos moucos 

meu balbucio rouco 


clamor de velho criança parado no era uma vez 

perdido na melancolia de sonhos desfeitos num sopro 

vã esperança de confundir poesia com vida 

tentativa para um viver melhor 

dono somente de letras gastas quais velhas putas 

que se dão a qualquer um a qualquer preço 

para formar fatigadas frases roubadas do baú da literatura 

lamentosa voz obscura que quer clamar amor 

e sucumbe sem estrondo à porfia da realidade  

e se sente carente de sentido 

dilatando os limites desta densa sombra escura 

que insiste em me envolver  

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