constrito em meu canto desfio meu canto
suas idas e vindas suas voltas em ritmo frouxo
melodia abafadiça desarmonia
meu devaneio
se me fosse dado sabê-lo sintonizado
nem que fosse a ouvidos moucos
meu balbucio rouco
clamor de velho criança parado no era uma vez
perdido na melancolia de sonhos desfeitos num sopro
vã esperança de confundir poesia com vida
tentativa para um viver melhor
dono somente de letras gastas quais velhas putas
que se dão a qualquer um a qualquer preço
para formar fatigadas frases roubadas do baú da literatura
lamentosa voz obscura que quer clamar amor
e sucumbe sem estrondo à porfia da realidade
e se sente carente de sentido
dilatando os limites desta densa sombra escura
que insiste em me envolver
Nenhum comentário:
Postar um comentário