sabedor que sei de ter sido mal-amado
um dia quis entender por quê
peguei meu passado e o fiz desfiar
tanto que pensei jamais iria terminar
concluí que tudo se deu graças ao desamor
que dediquei a uma mulher desalmada
pelo que cansamos de ter a cara molhada
pelo que enfrentamos fúria de vendaval
pelo que teve como seu exclusivo desenrolar
montanhas de melancolias e cólicas estomacais
já separados consultei uma cartomante
que me deu a explicação seguinte
tudo foi obra do destino em associação
com nossa desmesurada vaidade
de sonhar sonhos ambiciosos demais
construir castelos de areia de verdade
cavar buracos negros no vácuo universal
querer descobrir por quem os sinos dobravam
certo tempo depois uma mulher especial
me fez ver que a vida não vale nada sem amor
sincero e como é bom passar a mão numa guitarra
deixar o cigarro no cinzeiro e sair por aí a cantarolar
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