qual tipo de sorte
além da certeza da morte
nos aguarda amanhã e depois se ele houver
seguir esta vida malsã para o que der e vier
caminho sem volta veredas soturnas umas
outras amenas clareiras ao menos por pouco
terras estranhas com vales fundos
entranhas que abafam o eco de um balbucio rouco
murmúrio sem acolhida em ouvidos moucos de mentes de perdida memória
do tilintar de rimas
inutilidade que não mais se prima
palavras fora do rumo da mercantilidade
lavra de infecto inseto
que teima não renegar seu zumbido sombrio
em campo de ervas daninhas
sílabas desnutridas cultivadas com cansaço em silêncio
invenção da existência na permanência da ficção
ousadia de pretender contar a história da vida pela poesia
Nenhum comentário:
Postar um comentário