domingo, 5 de junho de 2022

Vitória verdadeira

vai nesta vivência

despistando como possa 

as piores desavenças

o azar cuspe na tosse

evita desnecessário atrito

é temente do destino 

não esquece o livre-arbítrio


perdido no meio da gentarada

a riqueza não discerniu sua presença

não sendo porém de não fazer nada 

de sol a sol suou a camisa desde menino

pra alcançar condição de viver decente

filhos diplomou como manda o figurino 

no frio dorme em cama quente 

no prato comida com sustança 

 

não esquece que um dia

já foi cão sem dono 

abrigado em enxovia

deitava no abandono

da enxerga em que chovia

disfarçava a fome avara

catando papel pelos lixos da cidade

sorriso permanente pregado à cara

logrou se aprumar já com certa idade

sem antes contudo

em ponta de faca dar muito murro  


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