domingo, 25 de agosto de 2019

Serena serenata ao sereno

cansei de cantar tanta canção
inútil porque vazia meu pulmão
quando assim expira é puro desatino
doravante vou cultivar videira
produzir só vinho de primeira
predileção perene apenas por casta nobre
esmagada com os pés em tina de cobre
deitado na taça não bruto com graça
nele o olvido ser ledo cedo ao destino
sei não saber ser infenso ou avesso
ao cantar meus ais mormente banais
versejo chinfrim uma rosca sem-fim
vinicultura há de me dar algum tino
enfim
aproveito a oportunidade pra declarar
que finalmente estou aprendendo amar
minha professora uma senhora mulher
mandei até fazer uma nova dentadura
perfeita dama clareou minha vida escura
meu sal na medida certa adeus incertas
horas pra ela farei debaixo da sua janela
serenata com fagote sanfona e violino

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