domingo, 4 de novembro de 2018

PT 8 ─ o velho muro recém-rabiscado

o velho muro recém-rabiscado
esconde o arco do céu sombreado
nuvens sobre assento mal-acabado
onde sento minha bunda bolorenta

as formas frias que se dispersam ao léu
perturbam a paz do homem que cata papel
as veias do mundo imundo estão entupidas
de ganância e maldade pelo rabo ingeridas

amanhã talvez amanhã hoje não hoje não
talvez vá ao supermercado comprar pão
hoje fico por aqui me ajeito com bolacha
polenta talvez não sei o que você acha

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