domingo, 18 de novembro de 2018

PT 10 ─ o bafo quente do vento bate

o bafo quente do vento bate
na cara crestando a pele
no alto o azul se tinge de branco projetando
no espelho tremelicante sombras esconsas
no baixio as águas se engolfam provocando
estrondos intermitentes que ensurdecem
ora menos ora mais
às vezes espuma borrifa os pés
descalços sobre a rocha rugosa
a cabeça permanece baixa
entrementes a mente em rodopios
eis que levanto a fronte
encaro o rebojo
que irrompe estrepitoso
dispara rumo a mim
no fundo profundo
cessam
o calor da pele
os estrondos
os rodopios
esta ingênua pilhéria

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