domingo, 3 de junho de 2018

Puindo a manhã

sabe joão não sei nem por onde começar
uma explanação que antes até do seu início
já sente ardente vontade de se encerrar
só tem gana de tomar chá de sumiço

sabe por que mui prezado poeta?
a situação dela vai de mal a pior
anda tomando tanto na crica quanto na roseta
e rola bitola da grossa tamanho do maior

nestas megaplagas urbanas escasseiam cada vez mais os galinheiros
o tempo passa e cada vez mais raros os gritos de verdadeiros galos
o consumo exige do povo laborioso ganhar cada vez mais dinheiro
e a manhã se esgarça tecida a fios de sol cada vez mais sem halo

tendas mendigas se entretendem em todos os cantos praças pontes viadutos
luz só artificial de eletricidade pois é expressamente proibido soltar balão
nem com alvará assinado pelo presidente nem mesmo com salvo-conduto
evidente o perigo de graves incêndios além do potencial prejuízo à aviação

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