era uma casa modesta mas certa
vê-la transformada em mansão
um filho audacioso cobiça
o pai pródigo enguiça
o filho ouriça
o pai pródigo se afasta
o filho gosta
o pai pródigo some
o filho assume
o pai pródigo avaliza
o filho atomiza
o pai pródigo propicia
o filho dissocia
o pai pródigo invoca
o filho provoca
o pai pródigo apavora
o filho arvora
o pai pródigo volta
o filho desgosta
o pai pródigo ajeita
o filho desfeita
o pai pródigo desencrava
o filho aconchava
o pai pródigo luta
o filho oculta
o pai pródigo cala
o filho engala
o pai pródigo disponibiliza
o filho desincompatibiliza
o pai pródigo se escafede
o filho excede
o pai pródigo lamenta
o filho arrebenta
o pai pródigo deplora
o filho ignora
o pai pródigo cambaleia
o filho alardeia
o pai pródigo murcha
o filho incha
o pai pródigo morre
o filho recorre
o pai pródigo apodrece
o filho esquece
ali antes havia valores talvez
de importância desprovidos
daí deixou de haver o havido
nada daquilo vigorou mais
novos valores valeram depois
a casa modesta no prejuízo
frustrada futura mansão
levada a juízo
foi arrematada em
leilão
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