no pântano pestilento
que me vi envolvido
respiro ofegante
ar contaminado
pelo miasma ambiente
animais peçonhentos
rastejam ao redor
o ataque é iminente
querem certamente
envenenar meu sangue
a qualquer momento
o charco pode me tragar
me levando sem esforço
pro fundo de escuro fosso
na noite sem lua
vou cauteloso
é preciso estar atento
o inimigo é perigoso
vou destemido
sem atrevimento mas forte
não há por que temer a sorte
obrigo-me a ouvir
a eloquência do silêncio
no momento
a melhor palavra é a palavra não dita
mesmo que fosse bem dita seria maldita
hoje devo calar
nenhuma palavra
engolir em seco
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