domingo, 17 de abril de 2016

POEMÍCULO IMPATRIDIÓTICO

as margens erodidas do pútrido tietê
fazem ouvidos moucos
aos brados roucos de um povo paranoico na tumba sufocados
é só libertinagem e o rei do tráfico
foragido
brilha no seu morro a todo
instante

sem pudor a desigualdade
conquistada
com braço forte
vista grossa e muita manha
mama em seu seio a bandalheira
e desfila sem respeito sua sorte

— é cilada armada —
o idiota ladra
— salve! salve-se! (quem puder)

um pesadelo imenso
um raio dissemina
desamor e desesperança
só porque em seu céu
tristonho e ímpio
a miragem do corinthians resplandece

nanico por sem-vergonheza
seria grande forte um colosso
não fosse a opção pela safadeza

terra espoliada
por um entre tantos mil
é por isso que
está esta cagada
dos filhos-da-puta é mãe servil
e pros párias nada
puta-que-pariu

deitado eternamente de bruços
ao somar é subtraído
e leva no rabo
profundo
aviltado feito gente preta e pobre
contaminado pelo sovaco do povo imundo

seus tristonhos campos têm mais
dores
do que a terra mais ferida
ossos busque sem mais vida
nessa vida em seus
dissabores

— é cilada armada —
o idiota ladra
— salve! salve-se! (quem puder)

desamor eterno peja sim seu bobo
o bárbaro que tenta o estrelato
e diga o verde papagaio nessa faina
sequaz do porvir de um inglório passado

mais persegue a injustiça a escrava
ao sul ao norte
enquanto os filhos-da-puta
tiram o cu da reta e escapam da labuta
como se fugissem da própria morte

terra espoliada
por um entre tantos mil
é por isso que
está esta cagada
dos filhos-da-puta é mãe servil
e pros párias nada
puta-que-pariu!

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