as margens erodidas do pútrido tietê
fazem ouvidos moucos
aos brados roucos de um povo paranoico
na tumba sufocados
é só libertinagem e o rei do
tráfico
foragido
brilha no seu morro a todo
instante
sem pudor a desigualdade
conquistada
com braço forte
vista grossa e muita manha
mama em seu seio a bandalheira
e desfila sem respeito sua sorte
— é cilada armada —
o idiota ladra
— salve! salve-se! (quem puder)
um pesadelo imenso
um raio dissemina
desamor e desesperança
só porque em seu céu
tristonho e ímpio
a miragem do corinthians
resplandece
nanico por sem-vergonheza
seria grande forte um colosso
não fosse a opção pela safadeza
terra espoliada
por um entre tantos mil
é por isso que
está esta cagada
dos filhos-da-puta é mãe servil
e pros párias nada
puta-que-pariu
deitado eternamente de bruços
ao somar é subtraído
e leva no rabo
profundo
aviltado feito gente preta e pobre
contaminado pelo sovaco do povo
imundo
seus tristonhos campos têm mais
dores
do que a terra mais ferida
ossos busque sem mais vida
nessa vida em seus
dissabores
— é cilada armada —
o idiota ladra
— salve! salve-se! (quem puder)
desamor eterno peja sim seu bobo
o bárbaro que tenta o estrelato
e diga o verde papagaio nessa faina
sequaz do porvir de um inglório
passado
mais persegue a injustiça a escrava
ao sul ao norte
enquanto os filhos-da-puta
tiram o cu da reta e escapam da
labuta
como se fugissem da própria morte
terra espoliada
por um entre tantos mil
é por isso que
está esta cagada
dos filhos-da-puta é mãe servil
e pros párias nada
puta-que-pariu!
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