De um canto escuro do jardim espreita, pela fresta de uma das enormes
janelas laterais, o interior do deslumbrante salão.
A luz dos suntuosos candelabros
As porcelanas. Os cristais. A prataria.
Os assados. Os vinhos. As sobremesas.
O ir e vir dos serviçais subservientes.
As gargalhadas. Os alvos dentes. As joias magníficas.
O burburinho incessante.
Só bem poucos convidados.
Está boquiaberto.
Pelos cantos da boca escorrem dois finos fios de baba visguenta
negro-esverdeada.
— Nossa, é muita comida pra pouca gente!
Mais adiante (do outro lado mal iluminado da rua) uma chusma ignara
lentamente segue cabisbaixa sem sequer saber da sua existência.
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