o poema que pousa diante dos olhos
é um pássaro vindo de alhures
talvez trazendo no bico um augúrio
ou alguma espécie de outro alimento
se ignorado ele alça voo como se ali fosse um galho ao relento
vai à procura de outro pouso ver se tem um instante de atenção
e pode ter sido perdido o encanto da ocasião de mergulhar no espanto
de saber que o alimento que ele oferecia
talvez amenizasse um pouco uma agonia
talvez desse algum alento a uma estreita alegria
ou por mero acaso então,
o gesto de ignorá-lo evitou que se ingerisse algo indigesto
por que não?
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