domingo, 9 de janeiro de 2022

Serena serenata ao sereno

cansei de cantar tanta canção

insistindo em apontar apuros 

meu pulmão

quando assim expira aparenta soar desatino puro

doravante vou cultivar videira

produzir só vinho de primeira

predileção perene apenas por casta nobre

esmagada com os pés em tina de cobre

deitado na taça 

não bruto mas com graça

nele o olvido seja ledo 

ao destino cedo

sei não saber ser infenso ou avesso ao cantar meus ais 

mormente banais

versejo chinfrim 

uma rosca sem-fim

vinicultura há de me dar algum tino na tina enfim

aproveito a oportunidade pra declarar

que finalmente estou aprendendo amar

minha professora não uma pessoa qualquer

mas uma senhora mulher

mandei até fazer uma nova dentadura

perfeita dama clareou minha vida escura

meu sal na medida certa

adeus horas incertas

debaixo da sua janela pra ela farei serenata 

com sanfona violão violino e fagote


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