cansei de cantar tanta canção
insistindo em apontar apuros
meu pulmão
quando assim expira aparenta soar desatino puro
doravante vou cultivar videira
produzir só vinho de primeira
predileção perene apenas por casta nobre
esmagada com os pés em tina de cobre
deitado na taça
não bruto mas com graça
nele o olvido seja ledo
ao destino cedo
sei não saber ser infenso ou avesso ao cantar meus ais
mormente banais
versejo chinfrim
uma rosca sem-fim
vinicultura há de me dar algum tino na tina enfim
aproveito a oportunidade pra declarar
que finalmente estou aprendendo amar
minha professora não uma pessoa qualquer
mas uma senhora mulher
mandei até fazer uma nova dentadura
perfeita dama clareou minha vida escura
meu sal na medida certa
adeus horas incertas
debaixo da sua janela pra ela farei serenata
com sanfona violão violino e fagote
Nenhum comentário:
Postar um comentário