domingo, 3 de outubro de 2021

Perdido

me procuro e não me encontro

efêmero dentre os não mortos ainda

na convulsão perene das rudes batalhas

obediente a famigerados ritos

ordem implacável da humana forma

desespero para aniquilar o pensamento 

que insiste em engendrar meu personagem

na agonia do quanto custa viver

enquanto o veneno passa do estômago para o sangue

submerjo na dor sem arquear o corpo

preparo a cama para dormir o derradeiro sono 

na cara sob a máscara social 

pregado o estigma do fim fatal 

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