domingo, 11 de julho de 2021

Espelho espelho meu

a placenta

já alimenta

a ânsia fútil

viradora de vômito

essa ganância de si


os pés  

não pisam em ponte

ignorante do outro

sem mancha nem culpa

com muita manha 

na fala mansa

dispõe o mundo

a seu gosto


cultua o corpo

na pele e carne  

judia porém do osso


narciso

abre o olho 

o orvalho 

emperra o ferrolho

e tudo vira bagulho


hoje 

o sonho ganha por pontos

amanhã

por nocaute vence o pesadelo 


mas

se acaso 

vem alguém

 lembrar do ocaso

dado o espinhoso caso

faz-se silêncio licencioso 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário